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Os primeiros 1000 dias do bebé e a flora intestinal

11 Setembro, 2021

É desde o momento da conceção do embrião, passando pelo parto, até aos dois anos do bebé, que esta fase, tão essencial para o desenvolvimento do seu filho, é formada. E acredite: quando bem-sucedidos, os primeiros mil dias de vida podem aumentar a probabilidade de a criança tornar-se um adulto saudável no futuro. Durante esta fase, a nutrição e a flora intestinal têm um papel fundamental para fortalecer a defesa e estruturar as bases do organismo para uma vida mais saudável e com bem-estar.

 

Antes de qualquer coisa, é importante saber que a flora intestinal vai muito além das fezes: cerca de 70% das células de defesa estão concentradas no intestino, cerca 100 milhões de neurónios estão conectados no intestino por meio de sinapses que produzem vários neurotransmissores e 95% da serotonina, a hormona da felicidade, do organismo é produzida na região intestinal.

 

E a construção de tudo isto começa já na gestação. Até há pouco tempo atrás, acreditava-se que os recém-nascidos fossem completamente “livres de germes” e que a colonização do intestino com aquelas famosas bactérias “do bem” e “do mal” acontecesse apenas durante o parto. Mas estudos recentes têm mostrado que a formação da flora intestinal do bebé pode começar ainda durante a gravidez, através do contacto com as bactérias presentes na placenta e no líquido amniótico.

 

Após o nascimento, independentemente do tipo de parto, os bebés entram em contacto com bactérias e vírus do ambiente através da dieta e das pessoas que os cercam. Durante os dois primeiros anos de vida, a flora intestinal do bebé passa por importantes modificações, pois o seu filho vai vivenciar grandes mudanças alimentares, novas exposições ambientais e a construção do sistema imunológico.

 

Por isso, a flora intestinal da mãe é essencial para o desenvolvimento saudável do bebé e até para a manutenção da gravidez. Um bom exemplo disto é que a composição da flora intestinal do recém-nascido no fim da primeira semana de vida tem uma semelhança notável com o colostro. Isto mostra a importância das bactérias do leite materno na colonização do intestino do recém-nascido.

 

Hábitos saudáveis na gravidez

A partir de bons hábitos como a alimentação saudável, o controlo do peso e atividade física, é possível interferir na composição e também na diversidade da flora intestinal. Este é um dos motivos da necessidade de a grávida investir em hábitos de vida mais saudáveis. Fazer exercício com regularidade e ter uma dieta equilibrada e rica em fibras, com menor teor de açúcar e gorduras. Prefira ainda alimentos não processados, sem conservantes, aromatizantes ou adoçantes. Frutas, hortaliças, ervas e especiarias, sementes oleaginosas e óleos vegetais, como o azeite, são excelentes opções. Além disto, umas boas noites de sono também costumam ajudar. O saber lidar com a ansiedade e stress é fundamental.

Ao longo dos primeiros mil dias, o trato gastrointestinal do bebé modifica-se e é aprimorado. Colonizado por diversos de micro-organismos, incluindo as bactérias benéficas (que combatem a ação das bactérias patogénicas que podem causar desequilíbrio no corpo e doenças), este forma uma defesa forte que cuida da saúde daquela criança não só durante a infância, mas também ao longo de toda a vida adulta. Por isso, é extremamente importante manter hábitos saudáveis desde o dia 1 da gestação para que o seu filho possa beneficiar de uma flora intestinal saudável. No decorrer deste tempo, a microbiota do bebé pode ser moldada ainda dentro da barriga da mãe com alimentação adequada e hidratação.

 

De mãe para filho

Após o nascimento do bebé, o aleitamento materno é uma das etapas que mais contribuem para a construção de uma flora intestinal saudável. O leite materno tem um papel fundamental para a formação da microbiota do bebé e para a sua saúde. O aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida fornece elementos prébióticos, substâncias que alimentam e promovem o crescimento de bactérias benéficas, além de interferir na imunidade, já que transfere anticorpos, especialmente as chamadas imunoglobulinas do tipo A, que conferem proteção às mucosas. Isto ocorre no momento em que o sistema imunitário do bebé também está a amadurecer, sendo fundamental até por volta dos dois a três anos de vida.

Por isso, é muito importante adotar hábitos saudáveis para equilibrar a sua flora intestinal, como:

– Reduzir, sempre que possível, os níveis de stress e ansiedade;

– Evitar bebidas alcoólicas;

– Praticar exercício físico;

– Ter uma alimentação saudável;

– Consumir 2 litros de água por dia;

– Inserir probióticos na rotina quando for necessário.

 

Probióticos podem ser uma ajuda

Além dos alimentos que são fontes de probióticos, é possível também investir em suplementos probióticos, se recomendados pelo seu médico. Precisamente por terem como base os micro-organismos vivos, os probióticos podem trazer diversos benefícios à saúde. Quando são administrados em quantidades adequadas, estes são especiais para o corpo e fazem a diferença! A partir disto, podem controlar a multiplicação das bactérias do bem e interagir com a flora intestinal.

As crianças também podem continuar a tomar probióticos, desde que sejam recomendados pelo pediatra. Normalmente, pelo facto de a flora intestinal não estar completamente formada, estes podem auxiliar para uma menor probabilidade de desequilíbrios, uma vez que funcionam de maneira preventiva. Por isso, é muito importante que os pais sejam espelhos para os filhos, focando na prevenção e cuidados que serão levados para a vida inteira.

 

Conhecia a importância da formação do intestino ainda na gravidez?

 

Esperamos que a informação deste post lhe possa ser útil.

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Fontes: Gastroenterólogo Dr. Daniel Baptista, coordenador do Centro de Doenças Inflamatórias Intestinais do Hospital Nove de Julho (Brasil); enfermeira obstetra Cinthia Calsinski, especialista e consultora em amamentação(Brasil); Revista Pais&Filhos.

 

 

 

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