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Ser mãe e trabalhar a partir de casa: vantagens e desafios

10 Fevereiro, 2020

Quando a maternidade nos bate à porta, o nosso mundo altera. A partir do momento em que descobrimos que estamos grávidas, começamos a pensar em tudo em função do bem-estar do bebé e, quando ele nasce, todas as nossas atenções se concentram (ainda mais) nele.

Quem trabalha por conta de outrem tem à sua disposição uns meses de namoro que, apesar de serem tudo menos férias, nós sabemos, dão às recém-mamãs a possibilidade de se dedicarem, por uns tempos, em exclusivo ao seu bebé. Mas, quando esses dias se aproximam do fim, muitas mães desejam poder trabalhar a partir de casa e continuar a acompanhar o crescimento do seu bebé bem de perto.

Depois, há outras mães que, porque gerem um negócio próprio, têm essa flexibilidade e podem escolher ficar junto do seu bebé por mais tempo. Contudo, isto não significa que as suas vidas estejam facilitadas. Pelo contrário, gerir as expectativas e as necessidades das diferentes áreas das suas vidas que, nestes casos, acabam por se misturar, pode ser um desafio constante.

Falámos com duas mães que se encontram nesta situação e que nos dão o seu testemunho acerca das vantagens e das dificuldades de ser uma recém-mamã e trabalhar a partir de casa: a Cláudia e a Sofia, jovens mães e empreendedoras.

A Cláudia, coach de nutrição holística que dá voz ao podcast Officina e é criadora do projeto Officinalis, conta-nos como a sua vida teve de mudar, primeiro com a gravidez e, agora, com o nascimento do Vicente.

“Adoro de paixão o meu trabalho e antes de engravidar era completamente viciada em trabalho, trabalhava muitas horas por dia, quase sem pausas para descanso. Cá em casa trabalhamos os dois para o Officinalis, por isso é ainda mais difícil separar o trabalho da casa.

A minha gravidez veio trazer uma nova narrativa aos nossos dias e rotina. Os enjoos e sono constantes obrigaram-me a desacelerar. Na altura oscilava entre o escritório e o sofá, sendo que o sofá ganhava a maior parte das vezes. Tive de adiar alguns projetos e dedicar-me apenas ao essencial. Esta adaptação não foi fácil, porque sempre tive uma enorme capacidade de concretizar objetivos, mas hoje sei que me preparou para esta fase em que estou agora.”

Conta-nos também como ela e o pai do bebé se organizam para que tudo tenha um tempo para acontecer e possam continuar a dar andamento ao projeto profissional enquanto cuidam da família.

“Hoje trabalhamos os dois em casa com o nosso bebé. Fazemos turnos, enquanto um trabalha o outro cuida do bebé. Essa gestão devia ser fácil, mas confesso que para mim não é. Distraio-me muito com o bebé e quero estar sempre presente e ver todas as gracinhas que faz. Muitas vezes, saio de casa para trabalhar, especialmente durante a manhã que é quando sou mais produtiva.”

O mais importante de tudo isto, realça contudo, é aproveitar cada momento e viver o processo como algo que está em constante construção.

“Ainda estamos todos a adaptar-nos a esta nova rotina, mas sem dúvida que gerir a privação de sono, o cansaço acumulado e a gestão das necessidades do bebé e das tarefas domésticas nem sempre é fácil.”

Em jeito de conclusão, a Cláudia refere ainda que se sente uma privilegiada por poder viver esta fase assim, a três, mesmo com dias caóticos pelo meio.

“(…) apesar de todos os desafios, estarmos os três em casa traz-me uma felicidade enorme. Poder viver esta fase tão mágica com o meu marido é um privilégio que a maior parte dos casais não tem, porque pelo menos um trabalha enquanto o bebé vai para a escola. A flexibilidade dos nossos horários é, sem dúvida, o que faz com que tudo isto seja possível de gerir. Há dias caóticos, sim, mas não trocava esta loucura que escolhemos viver, com estes contornos, por nada deste mundo!”

A Sofia é Recipe developer & culinary consultant e dedica os seus dias a cozinhar e a preparar receitas com base em ingredientes naturais.

Com o nascimento do seu filho, o Henrique, percebeu que tudo aquilo que nos dizem antes de sermos mães não conseguia traduzir as mudanças avassaladoras que sentimos quando temos o nosso filho nos braços.

“Por muito que nos expliquem as alegrias, tristezas, angústias e felicidade que a maternidade nos traz, são apenas “castelos no ar”, porque nos falta a vivência dessa realidade, que é, acima de tudo, inexplicável.”

A decisão de manter o filho em casa nos 2 primeiros anos de vida foi unânime entre o casal, pois, tal como a Sofia refere, “trabalhando maioritariamente a partir de casa, imaginámos que seria fácil de gerir.”

Mas quando se é mãe nem sempre as coisas acontecem como imaginamos e se, “numa situação sem filhos já é difícil dividir o tempo profissional do tempo pessoal, para quem trabalha a partir de casa, com um filho, isso torna-se ainda mais desafiante. São muitas as vezes que termino o dia e sinto que falhei redondamente em ambas as frentes: nem dei atenção a 100% ao meu filho, nem consegui terminar tudo o que tinha para fazer em termos de trabalho.”

Mas a Sofia já percebeu que tudo é uma aprendizagem e “a maternidade é uma viagem que transita entre estes dois extremos: ora plena de falhanços, com o sentimento de ficarmos constantemente aquém, ora de orgulho pelos preciosos momentos de amor puro ao vermos o nosso bebé crescer.”

A maior vantagem que a Sofia vê no facto de trabalhar a partir de casa, sendo recém-mamã, é mesmo “poder acompanhar de perto toda as fases do desenvolvimento do bebé e estar presente em todos aqueles momentos importantes como o primeiro sorriso, a primeira gracinha, a primeira vez que se senta, que come papa, etc. Tudo isto compensa os e-mails que deixei a meio, os deadlines que não cumpri e, por vezes, até os trabalhos que não consegui “agarrar” por falta de tempo.”

A Sofia deixou-nos ainda uma reflexão importante, quer se trabalhe ou não por conta própria e a partir de casa: “o tempo não estica e, quando somos Mães, precisamos de fazer escolhas muito conscientes em relação a onde queremos investir o nosso tempo e aceitar que vamos, necessariamente, ter de abrir mão de algumas coisas.”

Se é algo fácil de aceitar? A Sofia admite que não, “em especial quando estávamos habituadas a conseguir gerir mil assuntos e, de repente, não damos conta de 2.”

Ainda assim, faz um balanço positivo de toda esta experiência e com o qual, certamente, todas as Mães concordarão, pois nada nos traz mais paz do que “priorizar aquilo que é o mais importante, o nosso filho.”

Qual é a sua situação atual? Revê-se nos testemunhos destas duas mulheres? Partilhe connosco os seus desafios.

With love, BBme by Joana Teles

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